É um preço devastador pago por toda a sociedade brasileira pela inação climática, superando em muito o custo de políticas de prevenção e adaptação à mudança do clima. E o custo vem aumentando com o incremento na frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos. Entre 1995 e 2023, o país acumulou prejuízos de R$ 547 bilhões devido a desastres como secas, enchentes e deslizamentos de terra.
A intensificação dos impactos que estamos observando é consequência do aquecimento global, 2024 foi marcado como o ano mais quente já registrado no Brasil, com temperaturas médias de 25,02°C. Além da enchente recorde, também registramos uma nova seca recorde no Amazônia, a ausência de cheia no Pantanal e um número enorme de incêndios. Foram 278.229 focos de incêndio, o maior número desde 2010. A área queimada no país equivaleu a todo o estado do Rio Grande do Sul.
Esses dados não são apenas estatísticas; são vidas devastadas, comunidades desestruturadas e bilhões retirados de áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
A cada tragédia são expostas a falta de planejamento preventivo. Obras antienchentes orçadas em R$ 2,5 bilhões ficaram de fora do Novo PAC, enquanto gastos emergenciais consumiram quase cinquenta vezes esse valor. Esse ciclo de reação tardia e custos exorbitantes precisa acabar.
2025 representa uma oportunidade única para transformar nosso futuro. O Brasil, anfitrião da COP30 em Belém, deve liderar a mobilização global para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, com foco na adaptação, mitigação e financiamento climático.
O Plano Clima, em desenvolvimento, deve multiplicar a ação climática doméstica e orientar a construção de resiliência socioeconômica para enfrentar eventos extremos cada vez mais frequentes. Precisamos revisar políticas públicas e inserir metas climáticas em todos os setores da economia. Atualizar padrões de engenharia e qualificar a alocação do orçamento público, especialmente os investimentos em infraestrutura resiliente ao novo normal climático. Isso permitirá alocar recursos de forma mais eficiente e viabilizar estratégias de adaptação e redução de emissões de gases de efeito estufa.
Apenas com ação climática efetiva vamos evitar a repetição de tragédias evitáveis. Narrativas e planos que não saem do papel não nos protegerão da realidade imposta pela natureza.
Também é crucial reavaliar a alocação de subsídios federais para acelerar a transição energética, eliminando combustíveis fósseis de nossa matriz energética e fomentar a bioeconomia para valorizar e proteger nossos ecossistemas, que são barreiras naturais contra eventos extremos. Continuar a subsidiar combustíveis fósseis e investir recursos públicos em Petróleo e Gás é condenar os brasileiros a mais tragédias, um crime premeditado.
Se não agirmos com urgência continuaremos a ver o aumento de tragédias anunciadas, a contagem de mortos, desaparecidos, desabrigados e o prejuízo para a economia brasileira.
É um chavão dizer que a crise climática não é apenas um problema ambiental, mas uma questão econômica, social e moral. Mas é preciso repetir essa mensagem à exaustão pois aparentemente ainda se ignora essa realidade nos círculos políticos e econômicos onde são tomadas decisões de alocação de investimentos e realizados planejamento orçamentário público e privado.
"Cada real investido em prevenção hoje pode economizar dezenas de reais em reconstrução amanhã. Cada decisão tomada por líderes públicos e privados hoje pode determinar se 2025 será lembrado como o ponto de virada ou como mais um capítulo de tragédias evitáveis."
Estamos diante de uma escolha histórica: Perpetuar o ciclo de inação e custo humano ou abraçar o desafio de construir um futuro sustentável, resiliente e justo. Este é o momento de agir, com coragem e ambição. Assim como superamos a instabilidade econômica com a Responsabilidade Fiscal e o Plano Real, precisamos garantir que 2025 seja o início de uma nova era de Responsabilidade Climática. O Brasil pode e deve liderar esse caminho.
Proporcionar um sistema de formação continuada aos profissionais da Engenharia Química, bem como defender os interesses da classe para o contínuo enobrecimento e desenvolvimento da profissão.
Ser uma entidade reconhecidamente contribuinte no processo de inserção do Estado do Paraná e da Engenharia Química Paranaense no contexto mundial de responsabilidade econômica, social e ambiental, promovendo ativamente a prosperidade sustentável dos paranaenses.
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