Fracking: A Controvérsia Ambiental e o Novo Acordo entre Brasil e Argentina

 11/01/2025
Imagem reproduzida de Agência Pública
De Daniel G. de Arruda

O Brasil e a Argentina, tradicionais parceiros econômicos no MERCOSUL, firmaram recentemente um acordo para a importação de gás natural extraído da formação de Vaca Muerta, na Patagônia argentina. Embora essa iniciativa vise atender à crescente demanda energética brasileira, a técnica de fraturamento hidráulico, conhecida como fracking, utilizada na extração, suscita intensos debates devido aos seus potenciais impactos ambientais e sociais.

O Que é Fracking e Como Funciona?


Imagem reproduzida de Felipe de Arruda Troyner em LinkedIn


O fracking é uma técnica que permite a extração de gás e petróleo de formações rochosas profundas, como o xisto. O processo envolve a perfuração de poços com profundidades que podem atingir 3 mil metros, seguida da injeção de uma mistura de água, areia e produtos químicos sob alta pressão. Essa pressão fratura as rochas, liberando os hidrocarbonetos que, então, fluem para a superfície.

Embora o método tenha impulsionado a produção energética em diversos países, ele levanta preocupações significativas. Estudos indicam que o fracking pode levar à contaminação de aquíferos, emissão de gases de efeito estufa e até à indução de sismos. Além disso, o consumo intensivo de água e a possível contaminação por produtos químicos são pontos críticos destacados por ambientalistas.


Impactos Ambientais e Sociais

Na Argentina, comunidades indígenas, especialmente os Mapuche na província de Neuquén, têm denunciado os efeitos adversos do fracking em seus territórios. Relatos apontam para a contaminação de lençóis freáticos, escassez de água potável e problemas de saúde decorrentes da poluição do ar e da água. Além disso, há preocupações sobre a ocorrência de terremotos induzidos pela atividade.

No contexto do acordo Brasil-Argentina, ambientalistas brasileiros manifestaram oposição à importação de gás extraído por fracking, alertando para os danos ambientais e as violações de direitos das comunidades afetadas. Um ofício enviado ao Ministério de Minas e Energia do Brasil destaca esses pontos, enfatizando a necessidade de considerar os impactos socioambientais antes de avançar com o projeto.


Detalhes do Acordo

O memorando de entendimento entre Brasil e Argentina prevê o início do fornecimento com 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, com aumento gradual para 10 milhões entre 2026 e 2028, alcançando 30 milhões de metros cúbicos diários até 2030. Esse volume final representaria cerca de 30% da demanda brasileira de gás natural.

O gás será transportado através de infraestruturas existentes e novas, com investimentos previstos para interconectar os gasodutos dos dois países. O custo projetado do gás importado é estimado entre US$ 7 e US$ 8 por milhão de BTU, aproximadamente metade do custo atual, o que poderia resultar em economia para o consumidor brasileiro.


Alternativas Sustentáveis

Diante das controvérsias associadas ao fracking, especialistas e ambientalistas defendem a priorização de fontes de energia renováveis, como solar, eólica e biomassa. O Brasil possui potencial significativo nessas áreas, e investimentos em energias limpas poderiam reduzir a dependência de combustíveis fósseis, alinhando-se aos compromissos internacionais de mitigação das mudanças climáticas.


OPINIÃO

"O acordo entre Brasil e Argentina para a importação de gás natural de Vaca Muerta coloca em evidência a delicada balança entre a necessidade de suprir a demanda energética e a responsabilidade socioambiental. Embora o fracking ofereça uma solução imediata para a obtenção de gás natural, os riscos ambientais e sociais associados não podem ser ignorados. A transição para fontes de energia mais sustentáveis surge como uma alternativa viável e necessária para garantir um futuro energético equilibrado e responsável."



Fontes: Poder 360; Reuters; G1


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