Nanoventions Brasil: A Primeira Indústria de Nanofertilizantes do Brasil Chega ao Paraná em 2025

 21/02/2025




A recente iniciativa da Nanoventions Brasil, subsidiária da cooperativa indiana IFFCO Nanoventions India, de estabelecer uma fábrica de nanofertilizantes em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba, representa um marco significativo para a engenharia química no Paraná. Com um investimento inicial de US$ 12 milhões (aproximadamente R$ 68 milhões), a planta ocupará um terreno de 6,8 mil metros quadrados, com potencial de expansão nos próximos anos


A Tecnologia dos Nanofertilizantes


A unidade vai replicar o modo de produção de nanofertilizantes da IFFCO na Índia. Em seu país de origem, a cooperativa desenvolveu a tecnologia de encapsular nanopartículas de fertilizantes e já produz e vende nanoDAP e nanoureia, ambos de forma líquida. As nanopartículas conseguem ter uma interação com a planta maior do que as partículas de fertilizantes convencionais, o que garante mais de 90% de absorção do produto, e têm liberação controlada. Essas características diminuem significativamente o desperdício que existe hoje na aplicação de fertilizantes nas lavouras. Com isso, alguns litros de nanoinsumos são capazes de substituir toneladas de insumos convencionais.


"A nanotecnologia aplicada à agricultura permite a criação de fertilizantes mais eficientes, como nano ureia e nano fosfato de amônio, que possuem partículas extremamente pequenas, aumentando sua área de superfície e melhorando a absorção de nutrientes pelas plantas. Essa abordagem reduz significativamente o desperdício de fertilizantes, diminui os impactos ambientais e corta custos para os agricultores, já que menores quantidades são necessárias para obter os mesmos resultados. Além disso, ao operar em escala atômica, a nanotecnologia possibilita a personalização de moléculas para otimizar a nutrição vegetal, promover maior produtividade e minimizar a contaminação do solo e da água, tornando a agricultura mais sustentável e eficiente."

Dr. Lakshmanan, responsável pelo desenvolvimento dos produtos NANOFERT


Oportunidades para Engenheiros Químicos


Dr. Lakshmanan, responsável pelo desenvolvimento dos produtos NANOFERTA previsão é que a fábrica comece a operar em outubro de 2025, com uma capacidade inicial de produção de 4,5 milhões de litros anuais de nanofertilizantes, podendo dobrar para 9 milhões de litros nos próximos cinco anos. Além disso, espera-se a geração de 150 empregos diretos e 450 indiretos até 2029, com uma receita bruta projetada de R$ 225 milhões no quinto ano de operação.

Para os engenheiros químicos, a implementação dessa tecnologia no Paraná abre oportunidades para pesquisa e desenvolvimento em diversas áreas:


  1. Síntese e Formulação de Nanopartículas: Desenvolvimento de processos eficientes para a produção de nanopartículas estáveis e funcionalizadas, adequadas para a liberação controlada de nutrientes
  2. Engenharia de Processos: Otimização das etapas de produção em larga escala, garantindo a qualidade e a consistência dos nanofertilizantes.
  3. Sustentabilidade e Impacto Ambiental: Avaliação dos efeitos dos nanofertilizantes no solo e nos ecossistemas, assegurando práticas agrícolas sustentáveis.


Expansão, Parcerias Acadêmicas e Desenvolvimento Tecnológico


A unidade no Paraná será não só a primeira planta de nanoinsumos no Brasil, mas também a primeira indústria de nanofertilizantes da IFFCO fora da Índia. O investimento vai contar com benefícios do programa Paraná Competitivo, que transfere crédito de ICMS para a compra de ativos e concede parcelamento de imposto.

A colaboração entre a Nanoventions Brasil e instituições acadêmicas locais será fundamental para o avanço da pesquisa em nanotecnologia aplicada à agricultura. A Fundação Araucária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Paraná vai financiar testes de aplicação de nanofertilizantes em universidades do Estado. Segundo Fausto Caron, o fato de o Paraná ser o "berço das cooperativas" agropecuárias do Brasil também foi um elemento que pesou na decisão dos sócios da cooperativa indiana de construir a fábrica em solo paranaense.

Além do enquadramento no Paraná Competitivo, por meio da Invest Paraná, a Iffco também estuda a possibilidade de parcerias com o Tecpar e as universidades estaduais. Segundo Ritesh Sharma, outro sócio-fundador da Nanoventions Solution, objetivo é reforçar o potencial de inovação e pesquisa aplicada, com a transferência de conhecimento dos indianos para os paranaenses, garantindo que o Estado se torne um polo de referência em nanotecnologia aplicada ao agronegócio.


“Essa é uma tecnologia que mudou o modelo de agricultura na Índia. Depois de dois anos de estudos e testes científicos adaptados à realidade brasileira, o apoio do Governo do Paraná nos deixou tão animados que decidimos não apenas construir uma fábrica para o fornecimento dos insumos, mas criar também um centro de pesquisa para desenvolver esse conhecimento no Estado”


Em resumo, a chegada da Nanoventions Brasil ao estado representa uma oportunidade ímpar para os engenheiros químicos paranaenses se envolverem em projetos de ponta, contribuindo para a modernização e sustentabilidade da agricultura brasileira através da aplicação da nanotecnologia.



Fonte: Globo Rural; AGFeed; NANOFERT


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