Painel Transição Energética Davos | Fonte: MMA
Escrito por Daniel G. de Arruda
A iniciativa “Transitioning Industrial Clusters”, criada durante a COP26 em 2021, ganhou destaque significativo na reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. Com o apoio de 16 países, incluindo o Brasil, o programa busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 832 milhões de toneladas de CO₂, equivalente às emissões anuais da Arábia Saudita. A iniciativa contempla 33 polos industriais ao redor do mundo e promove infraestrutura de energia limpa, contribuindo com US$ 492 bilhões ao PIB global e sustentando 4,3 milhões de empregos. Alguns exemplos incluem:
Roberto Bocca, chefe do Centro de Energia e Materiais do Fórum Econômico Mundial, enfatizou a importância da colaboração entre polos industriais de diferentes regiões:
“Conectar polos industriais entre diferentes geografias impulsiona a transição energética e fortalecerá uma economia global mais sustentável”. Entre os novos integrantes do projeto estão os Portos do Açu (Brasil), Rotterdam (Países Baixos) e Gotemburgo (Suécia), além de clusters industriais na Índia, Austrália e Tailândia. Essa ampliação reflete o compromisso global em descarbonizar a indústria e promover a inovação sustentável."
O Porto do Açu Low Carbon Hub, localizado no norte do estado do Rio de Janeiro, é um exemplo notável. Em operação desde 2014, o polo possui 22 empresas instaladas e foca em soluções de descarbonização para setores de difícil mitigação, aproveitando a vantagem competitiva do Brasil em energia renovável e biocombustíveis. Esse exemplo reflete como a Engenharia Química pode contribuir diretamente para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, otimizando processos industriais e ampliando o uso de recursos renováveis.
Fonte: CIBIogás
Paralelamente, o Brasil consolidou sua liderança global com a aprovação da Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024). Durante o Fórum Econômico Mundial, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância desse marco legal na promoção de biocombustíveis, descarbonização e mobilidade sustentável. Com previsão de investimentos de R$ 260 bilhões até 2037, a lei visa neutralizar 705 milhões de toneladas de CO₂ e expandir o uso de biodiesel, etanol, biometano e combustíveis sustentáveis para aviação (SAF).
Os resultados já são expressivos. Em 2024, o Brasil superou a meta de descarbonização ao evitar a emissão de 42,44 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, gerando R$ 3,9 bilhões em valor financeiro por meio dos CBIOs (créditos de carbono). Segundo Alexandre Silveira: “Essa cadeia sinérgica que envolve agronegócio, agricultura familiar e geração de energia deverá ser valorada no mundo, com prêmios verdes pagos pelos países desenvolvidos”.
A Lei do Combustível do Futuro ganhou destaque internacional durante o Fórum Econômico Mundial. No painel Environmental Economic Factor – Integrating the Socioeconomic Benefit of Biofuels, Alexandre Silveira apresentou, nesta quarta, as perspectivas do Brasil a partir do marco legal aprovado em 2024. Durante o painel na Casa Brasil, o ministro apresentou os resultados que o país alcançou dentro da meta de descarbonização para 2024, quando superou a economia esperada de 38,78 milhões de toneladas de CO₂ equivalente que havia sido determinada em 2023 por resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Em 2024, com a emissão de 42,44 milhões de créditos de carbono, os chamados CBIOs, o mesmo valor equivalente deixou de ser emitido na atmosfera, gerando assim R$ 3,9 bilhões em valor financeiro. Segundo Alexadre Silveira, Ministro de Minas e Energia:
“O Brasil deu um passo imenso no ciclo virtuoso da descarbonização: nós aprovamos a Lei do Combustível do Futuro. Essa cadeia terá que ser valorada no mundo e os prêmios verdes devem ser pagos pelos países desenvolvidos, trazendo retorno a essa cadeia sinérgica que envolve agronegócio, agricultura familiar e geração de energia”
A Lei nº 14.993 de 2024, que criou o Combustível do Futuro, estabelece uma série de iniciativas de fomento à descarbonização, mobilidade sustentável e transição energética no Brasil. Nesse contexto, são previstos investimentos de R$ 260 bilhões até 2037 no setor, com a neutralização de 705 milhões de toneladas de CO₂ no mesmo período.
Destacando a importância das políticas públicas de impulsionamento dos biocombustíveis aprovadas no ano passado, o CEO da Be8, Erasmo Batistela, afirmou que os biocombustíveis geram mais retorno para o PIB do Brasil do que os combustíveis fósseis, destacando a força do país pela sua pluralidade energética. "Os biocombustíveis no Brasil geram emprego, renda e descarbonização", concluiu.
O Brasil está posicionado como uma das maiores potências em energia renovável, com matrizes energéticas predominantemente limpas, como hidrelétrica, eólica, solar e biocombustíveis. Entretanto, avançar nessa transição requer planejamento integrado entre governo, indústria e pesquisa acadêmica. A colaboração entre os setores é essencial para superar desafios tecnológicos e criar soluções escaláveis.
Iniciativas como o Plano Nacional de Energia 2050 e os avanços na implementação do Renovabio reforçam a necessidade de diretrizes estratégicas para atingir a neutralidade de carbono. Dessa forma, o Brasil pode consolidar sua posição como líder global em inovação energética, demonstrando como países em desenvolvimento podem equilibrar crescimento econômico e sustentabilidade ambiental.
A Engenharia Química desempenha um papel crucial na transição energética, desenvolvendo materiais, catalisadores e processos para combustíveis limpos e biomassa eficiente. A colaboração entre acadêmicos, indústrias e governos, aliada a iniciativas globais de descarbonização e legislações de incentivo às energias renováveis, destaca oportunidades para liderar soluções sustentáveis, eficientes e inovadoras em escala global.
Fonte: Forbes; GOV; Agência GOV;
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